"As piras de Angel..."

Dedico este blog ao Amor e às incógnitas da vida, responsáveis pelos mais belos insights. Caminhando rumo à evolução do corpo, da mente e da alma, eternamente...

"Espíritos fortalecidos de paz deixavam de chorar, neste tempo, grandes energias passeavam aos corações. Fomos lançados ao infinito..."

domingo, 2 de outubro de 2022

Um pouco de mim...


Lá se foi o mês de setembro... o meu mês e dos meus filhos!

Com ele ficou um pouco de mim aqui dentro... do que fui e do que sou.

Daquela menininha linda que amava conversar com as plantas e com as árvores... que ficava horas andando pra lá e pra cá inventando e cantando músicas. Que amava olhar pro céu ver as estrelas e os planetas no telescópio.
Que amava filosofar... desde cedo ficava parada olhando pro nada pensando na vida.
Me lembro de noites nas férias em que eu e minha prima filosofávamos cada uma já deitada em sua cama no quarto escuro... nós duas buscando respostas da vida... eu tinha 11 anos.

Tinha medo do escuro... as vezes ouvia barulhos, outras até sentia coisas ruins sem enxergar nada.
Amava o mar... mas tinha um medo inexplicável de tsunamis, e ate hoje me da uma coisa ruim de imaginar uma onda gigante.
Amava mergulhar... é preciso mergulhar a cabeça para sentir o molhado das águas... e até hoje sou assim.
Questionava a vida... Deus... a morte... vida inteligente fora da Terra. Buscava respostas no sol, na lua, nos átomos... no meu coração.
Era intensa.
Buscava a transcendência do Ser... do amor.

Me sentia mal quando alguém no colegio tirava sarro de algum outro colega... era como se eu sentisse a dor do outro e aquilo me fazia mal.
Fora de casa era muito tímida... tinha vergonha de falar uma palavra, mas eu nao queria ser daquele jeito, eu queria falar mais e ser mais expansiva... sentia que precisava disso, mas minha timidez nao permitia.
Nas festinhas americanas do colégio eu tinha vergonha de dançar com algum menino e recusava o convite... eu queria dançar... mas tinha vergonha.

Hoje essa menininha se tornou eu mesma... 

Na adolescência sempre tive mais amizades com homens do que com mulheres. Os homens eram mais práticos, as mulheres falavam o tempo todo mal de alguém, era muito ruim, sentia que meu lugar não era ali.
Quando minha amizade com os homens começou, passei a me sentir mais em casa, era tudo mais leve... era falar de música, de pensamentos ou dar muita risada com besteiras da vida. Com as mulheres eram muitas críticas e julgamentos, coisa que eu nunca me senti a vontade em fazer.
Passei por um momento de depressão e foi quando conheci a dança do ventre... que mudança interior!
Quando menos percebi, aquela timidez toda foi embora dando lugar a Angelica como ela realmente era. Impressionante o quanto uma dança feminina pode mudar sua percepção de mundo e de si. Passei a ter autoconfiança, isso foi o que mais mudou. Até minhas colegas de dança eram mulheres diferentes... não era aquela coisa só de falar mal e julgar... eram mais livres, era tão bom a companhia delas!

Desde então consegui expressar meus sentimentos, minhas vontades, meus desejos... mas também a freá-los quando era necessário. 

Sempre sentia que tinha alguém especial pra mim no futuro, de um jeito diferente. Sempre gostei do romance... de flores, de abrir a porta do carro... essas coisas que parecem bobas mas que tornam tudo tão mais leve, mais gostoso, mais colorido.

Um belo dia vi um vídeo na internet sobre os bastidores de um matadouro. Fiquei paralizada olhando a tela do computador, chorei e algo mudou muito dentro de mim. Naquele mesmo dia saí do trabalho pra almoçar e quando vi um pedaço de frango no buffet não consegui comer. Faz 10 anos desse dia.
Uma revolta tomou conta do meu coração e eu precisava fazer algo pra mudar aquilo tudo... busquei grupos e descobri que eu não estava sozinha, que ja haviam mais pessoas na ativa, trabalhando para mostrar para os outros que aquele habito, de se alimentar com pedaços de animais, estava errado. Antes eu achava que era um mal necessário até perceber que era justamente o contrário, que aquilo tudo não fazia bem para nosso corpo.
Foram anos na ativa como voluntária até me tornar mãe. 
Hoje minha prioridade é esse início da maternidade, esse breve pedaço de tempo que logo ficara só na lembrança.

Hoje ainda tenho muito o que melhorar... crescer e fazer sempre bem aos outros e à mim.

Nossa, eu teria tanto pra falar de mim... um dia espero muito poder concluir e publicar meu livro, no qual falarei muito mais... por enquanto... fica aqui um pouquinho de mim.

Que os anjos e Deus me guiem sempre para que eu possa ajudá-los a fazer o que vim aqui pra fazer.